Artigo: dúvidas sobre a pilula do dia seguinte


A pílula pós-coital nada mais é do que a pílula anticoncepcional comum constituída por estrogênio e progestogênio. A única diferença está na dosagem um pouco maior (50 microgramas de estrogênio e 250 microgramas de progestogênio), quando indicada após uma relação sexual que represente risco de gravidez. Então, a jovem que teve a infelicidade de o preservativo ter-se rompido, podem valer-se dessa pílula para afastar o risco da gestação indesejada.


Como deve ser tomada? Quais os nomes?
Tem: Postinor 2,Pilem,Pozato,Nogravide,Diad e Poslov. Existem dois tipos. Um deles vem em dose única e o outro são dois comprimidos (um ingerido logo após a relação e outro após 12 horas). Seja qual for o tipo, deve ser usado no máximo 72 horas após a relação sexual. Quanto mais tempo demorar, menor será a eficácia. 


A pílula funciona como um abortivo? 
Não. Ela age antes. Se a fecundação ainda não aconteceu, o medicamento vai dificultar o encontro do espermatozoide com o óvulo. Agora, se a fecundação já tiver ocorrido, irá provocar uma descamação do útero, impedindo a fecundação. Caso o ovo já esteja implantado, a pílula não tem efeito algum. 


Preciso de receita médica para comprar a pílula? 
Sim. Embora seja possível adquiri-la nas farmácias sem prescrição. No entanto, mesmo que você dispense a receita, procurar por orientação antes é indispensável. Só um ginecologista poderá dar certeza de que o medicamento é indicado para o seu caso. Mas claro, converse disso com sua ginecologista (nao quando precisar).


Ela pode causar efeitos colaterais? 
Sim. O mais frequente deles é a alteração no ciclo menstrual e do tempo de ovulação. Em outras palavras, vai ficar impossível calcular seu período fértil e o dia da sua menstruação será um verdadeiro enigma. Dor de cabeça, sensibilidade nos seios são sintomas comuns. No caso de vômito ou diarreia, a dose deve ser repetida. 


Existe contraindicação? 
A pílula é contraindicada para quem sofre de alguma doença hematológica (do sangue), vascular, é hipertensa ou obesa mórbida. Isso porque a grande quantidade de hormônio pode provocar pequenos coágulos no sangue que obstruem os vasos. Pode levar a uma trombose no pior dos casos.


Se eu tomar repetidas vezes, ela perde o efeito? 
Ela não perde o efeito, mas o risco de você engravidar aumenta. Normalmente, ele já é de 15% se você tomar depois de 24 horas de transar, contra uma média de 0,1% da pílula anticoncepcional comum.  A ideia é usar apenas em casos emergenciais, não usar ela no lugar de outros métodos. Se cuidar é ainda mais fácil.  


Não posso trocar a camisinha pela pílula? 
Nem pense nisso. A pílula deve ser tomada apenas quando o método contraceptivo escolhido falha. Além de apresentar efeitos colaterais muito mais severos que a pílula comum, e ser bem mais cara, o contraceptivo de emergência não a protege das doenças sexualmente transmissíveis. Contra elas, só mesmo a boa e conhecida camisinha. 


Mesmo tomando essa pílula é possível engravidar? 
Sim. Como todo método, há risco de falha. Como já foi dito, quanto mais cedo a pílula for tomada, maior a sua eficácia. É um recurso, mas para ter tranquilidade mesmo o melhor é se cuidar e não bobeira. Se estiver se tornando uma pratica comum, repense a questão do controle da situação (leia artigos aqui sobre esse tal controle).


O uso pode afetar o aparelho reprodutor? 
Pode. A curto prazo causa uma verdadeira revolução na produção hormonal da mulher. Já, a longo prazo, depende da quantidade de vezes que a pílula do dia seguinte foi usada. Quanto mais, maiores os riscos. Caso ocorra a gestação ectópica, a mulher poderá perder uma trompa e isso dificultará uma futura gestação. 


É um procedimento caro?
Não, não sai caro. Na verdade, sai o preço de uma cartela de pílulas anticoncepcionais de uso convencional, da qual são retirados apenas 4 comprimidos para serem tomados da seguinte forma: dois antes de completar as primeiras 72 horas posteriores à relação sexual e, doze horas depois, mais dois.

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